domingo, 19 de junho de 2011

A ENTREVISTA


Há vários tipos de entrevista.
ENTREVISTA DIRIGIDA - Caracteriza-se pela especificidade da mensagem de cada  um dos interlocutores: um coloca as perguntas, o outro fornece as respostas.
Da parte de quem faz as perguntas, a entrevista implica uma preparação séria do QUESTIONÁRIO, que deverá ser:
- ORDENADO, quer cronologicamente (perguntas sobre a vida ou a carreira do indivíduo), quer logicamente (de acordo com os objetivos buscados, devendo ser traçado um plano das perguntas a serem formuladas).
- ADAPTADO ao interlocutor, à sua personalidade, ao seu nível sócio-cultural e à situação, ao momento da entrevista. Ainda que previamente preparado, o questionário pode-se revelar incompleto; a entrevista pode tomar rumos imprevisíveis. Assim, o entrevistador deve estar preparado para se curvar às exigências da situação, sem perder de vista os objetivos que quer atingir.
- REDIGIDO de maneira a evitar as confusões, ambigüidades, respostas forçadas etc. No momento de redigir o questionário, deve-se lembrar que este é um fator determinante para o bom andamento da entrevista. Na redação do questionário, observar:
a) A pergunta é necessária?
b) Ela não é muito complexa? Não se pode subdividi-Ia?
c) Ela pode ser respondida?
d) Ela não é muito pessoal ou muito geral? No primeiro caso, o interrogado não responderá ou mentirá; no segundo caso, sua resposta será banal.
e) Ela não orienta a resposta?
f) Ela é suficientemente clara, sem ambigüidade?
g) A ordem das perguntas facilita as respostas?

O COMPORTAMENTO DO ENTREVISTADOR também é um fator determinante. Ele deve  tomar uma atitude que não seja servil, nem condescendente. Deve mostrar interesse nas respostas e se esforçar para registrá-las com toda a fidelidade possível. Ele deve:
a) Dar tempo ao interlocutor para responder.
b) Não discutir as respostas,
c) Não revelar seu pensamento ou influenciar o interlocutor.
d) Reformular as respostas.
e) Fazer um breve balanço da entrevista e não se esquecer de agradecer ao interlocutor.
Quanto ao entrevistado, deve procurar compreender cada pergunta formulada e responder a elas de maneira direta, clara, concisa e franca.
A entrevista dirigida deve ser rigorosamente estruturada e conduzida pelo entrevistador de acordo com um plano bastante preciso.
ENTREVISTA DE DIÁLOGO-É uma conversa, uma troca de opiniões. Essa troca de  opiniões ou fatos visa a colher dados, informar ou motivar. É muito usada por médicos, magistrados,  sacerdotes, vendedores, jornalisfas, assistentes sociais.
Nesses casos, é indispensável:
a) definir rigorosamente o objetivo da entrevista e seu modo de apresentação;
b) apresentar claramente o assunto ao(s) participante(s);
c) levar em conta as condições materiais, físicas e psicológicas da entrevista;
d) atentar para a mentira, os julgamentos sobre as aparências, o poder de sugestão do  observador sobre o assunto.
Uma entrevista dessa natureza adquire várias formas. Por exemplo: entrevista sobre uma  enquete, uma pesquisa. Recomenda-se usar um questionário.
ENTREVISTA LIVRE - É uma conversa solta, no decorrer da qual o entrevistador  colhe elementos biográficos e, sobretudo psicológicos sobre o entrevistado (uma sondagem, por  exemplo).
Em toda entrevista, é importante observar a atitude do entrevistado e fazer, depois, uma  análise do trabalho realizado, verificando a sinceridade das respostas, a linguagem utilizada etc.

Esse tipo de "falsa comunhão" é muito freqüente. Muitos diálogos aparentemente "comunicativos" podem de fato ser atos de incornunicação ou de "cooptação”. Não são raros os pais que oprimem seus filhos, os políticos que enganam o povo e os professores que impõem idéias a seus alunos, por meio de comunicação.

AS INTENÇÕES NA COMUNICAÇÃO
O exemplo do que pode acontecer com A e B no ato de comunicar revela como é importante a intenção das pessoas enquanto determinante do processo da comunicação. Na comunicação há sempre uma intenção básica: como fonte codificadora, certamente a pessoa espera que o receptor selecione sua  mensagem, a compreenda, a aceite e, finalmente, a aplique.
O receptor decodificador, por sua vez também tem uma intenção básica: deseja selecionar o que é importante para ele entender, avaliar, para decidir se aceita, ou não, e aplicar o que achar válido na mensagem. Entretanto, além dessas intenções básicas, as pessoas têm intenções específicas, conjunturais. Eis uma lista, naturalmente incompleta, de possíveis intenções: expressar-se - perguntar - informar - ensinar - queixar-se - divertir - reclamar.
As intenções acima têm relação com o conteúdo da mensagem. Mas os interlocutores também podem ter diversas intenções a respeito de seu relacionamento pessoal. Eles podem querer, por exemplo:
Expressar simpatia - oferecer amizade -procurar compreensão - indicar superioridade - dar apoio - mostrar indiferença.

OS EFEITOS DA COMUNICAÇÃO
Como se processamos efeitos das mensagens? Que fatores afetam a produção de um efeito ou de outro?  Dizíamos que os novos significados induzidos pelas mensagens entram em interação com os significados originais. É dessa interação que dependem os efeitos da mensagem sobre o repertório global da pessoa: seus conhecimentos, crenças, valores, atitudes. Desses efeitos internos vai depender, por sua vez, a resposta externa que a pessoa eventualmente vai expressar na forma de comportamento.
Ora, os fatores que intervêm na produção de comportamentos provocados por mensagens são muito numerosos e complexos. Alguns correspondem à estrutura psicológica da pessoa, outros mantêm relação com características da própria mensagem ainda outros originam-se no contexto social da situação. Só a título de ilustração, passemos em revista alguns fatores relevantes:
- a centralização das crenças e valores da pessoa;
- a compatibilidade ou consonância da mensagem com as crenças e valores prévios da pessoa e do grupo a que ela pertence;
- O prestígio e a credibilidade da fonte da mensagem;
- a empatia que a pessoa sente para com seu interlocutor, isto é, a capacidade de se colocar no lugar do outro e ler o mundo como ele o vê;
- a  maior ou menor flexibilidade mental da pessoa receptara;
- a situação particular em que acontece a comunicação.
Essa lista de fatores nos dá uma idéia de como é difícil prever os efeitos da comunicação.
 (Adaptação: ALÉM DOS MEIOS E MENSAGENS - Juan E. Diaz Bordennave)

O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO HUMANA
Imaginemos duas pessoas, A e B, que não se conhecem entre si e que se encontram num mesmo lugar. Ambas percebem os objetos presentes bem como a presença uma da outra.
O primeiro passo da comunicação, então, é a percepção. A percepção é um fenômeno de informação sobre o meio ambiente.
Surge uma pergunta: A e B percebem da mesma maneira a situação e os objetos nela?
Não, é impossível que A e B percebam a realidade exatamente da mesma maneira. Por quê?
Porque a dinâmica mental interna de A e B consta de repertórios diferentes de experiências, conhecimentos, crenças, valores, atitudes. A e B possuem, também, repertórios diferentes de sigilos e, segundo parece, os signos de que se dispõe influenciam a percepção. Além disso, A e B têm habilidades perceptivas diferentes: um deles enxerga melhor que o outro, o segundo ouve melhor que o primeiro etc.
De início, pois, a própria percepção física da realidade cria diferenças entre A e B.
O que foi percebido entra em um processo de confrontação com os repertórios que conformam a dinâmica interna de A e B. Esse processo de triagem e digestão interna da informação recebida pela percepção chama-se interpretação, e sua resultante é o significado pessoal que A e B atribuem ao percebido (objetos, pessoas, situação, eventos etc.)
Mas A e B interpretam-se mutuamente: A forma uma imagem de B, e B forma uma imagem de A, como parte de sua interpretação do percebido.
Para fazer isso, A e B não têm outro remédio senão apelar ao catálogo de categorias humanas que cada um possui. Essas categorias mais ou menos simplistas que todos usamos para classificar as pessoas são chamadas de estereótipos. Temos o estereótipo do negro, do judeu, do profissional, do militar, do comunista etc. Inicialmente, então, a imagem que cada uma tem da outra é estereotipada, isto é, superficial, indiferenciada, provisória.
Ora, o fato de A e B estarem juntos no mesmo lugar e de saberem que sua imagem do outro é de puro palpite, cientes também de que os significados do outro sobre a realidade são diferentes; cria uma certa tensão em ambos, e ela os impele a entrar em comunicação, isto é, a trocar mensagens entre si, quer sobre a realidade, quer sobre si mesmos. Ambos apelam a seu repertório de signos e tratam de comunicar-se.
A troca de mensagens, com seus correspondentes processos de percepção, decodificação, interpretação, tem como resultado a formação de novos significados, já compartilhados parcialmente com a outra pessoa. Esses novos significados entram em interação com os significados iniciais e os modificam ou não, segundo diversos fatores. Se A aceita as propostas que as mensagens de B lhe  trazem modifica pelo menos parcialmente seus significados. B faz a mesma coisa, e se inicia assim um processo de convergência de significados entre A e B. (ou pelo menos dos métodos do tratá-los e organizá-los. Isso é um começo rudimentar de comunicação, a posse de algo em comum. Idealmente ocorre ao mesmo tempo uma aproximação emocional que permite a continuação do diálogo. A medida que o processo da comunicação vai-se aprofundando, A e B caminham para uma certa comunhão   comum-união) que pode-dar origem a-um sentimento de amizade.
Todavia pensar que toda comunicação leva necessariamente à comunhão é desconhecer ingenuamente a natureza conflitual do homem e da sociedade. Na realidade, é possível obrigar a outra  pessoa a modificar seus significados e aceitar os nossos. Podemos forçar a modificação de opiniões,  sentimento, crenças, mediante a persuasão manipuladora, a sedução, a lavagem mental, a coação violenta e o domínio imposto.

COMO FALAR MELHOR
1. PROCURE SER VOCÊ MESMO. Mantenha a naturalidade acima de tudo, procure sempre se  melhorar sem mudar o seu jeito de ser.
2. TENTE PRONUCIAR BEM AS PALAVRAS. Procure não omitir a pronúncia do"s" e "r"  finais dos "i" intermediários (ex.: o certo é TERCEIRO ao invés de TERCERÓ). A mensagem será melhor compreendida pronunciando os sons corretamente. Um exercício bom para  melhorar a dicção é ler qualquer texto com os dedos entre os dentes procurando falar da forma  mais clara possível.
3. FALE COM BOA INTENSIDADE. Se falar muito baixo, corre o risco das pessoas não ouvirem o que você está dizendo. Alto demais poderá cansar os ouvintes e irritá-los. Procure falar numa altura adequada para cada ambiente.
4. FALE COM BOA VELOCIDADE. Não fale rápido demais, pois, se você já tem problemas com dicção, isto poderá prejudicar ainda mais. Também não seja lento demais, pois corre o risco de entediar os ouvintes. Uma boa saída é usar um aparelho gravador para conhecer melhor  a sua fala e decidir pelo melhor estilo.
5. FALE COM BOM RITMO. Alterne a altura e a velocidade da fala para construir um ritmo agradável de comunicação.
6. TENHA UM VOCABULÁRIO ADEQUADO. Um bom vocabulário tem de estar isento de gírias, palavrões, termos pobres e vulgares. Por outro lado, um vocabulário repleto de palavras difíceis pode dificultar a mensagem. Você deve sempre procura se expressar de maneira clara e  objetiva e reserve o vocabulário mais técnico para a área profissional (ex.: existem certos termos que apenas os engenheiros conhecem).
7. CUIDE DA GRAMÁTICA. A leitura em bons livros é uma grande fonte de aprendizado, onde  você poderá observar como são feitas as construções das frases. Muita atenção também na  concordância e conjugação dos verbos.
8. TENHA SEMPRE A POSTURA CORRETA. Fique bem posicionado. Ao falar, procure não  colocar as mãos nos bolsos, nas costas, cruzar os braços, nem se debruce sobre a mesa, cadeira  ou tribuna. Distribua o peso do corpo sobre as duas pernas e procure ficar mais relaxado. Ao  falar, olhe para todas as pessoas para ter certeza de que "estão ouvindo e prestando atenção nas  suas palavras.

JORNAL INTERVALO

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